ATA DA DÉCIMA SEGUNDA SESSÃO SOLENE DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 09.05.1991.

 


Aos nove dias do mês de maio do ano de mil novecentos e noventa e um reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Décima Segunda Sessão Solene da Terceira Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura, destinada a homenagear as mães pela passagem do seu dia, a Requerimento, aprovado, do Vereador João Dib. Às dezessete horas e vinte e nove minutos, constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e convidou os Líderes de Bancada a conduzirem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Vereador Antonio Hohlfeldt, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Senhora Judith Dutra, Primeira-Dama do Município; Senhora Madalena Roessler, Coordenadora do Conselho Municipal do Clube de Mães de Porto Alegre; Senhora Vera Cordeiro, Presidente do Clube de Mães Amizade; Senhora Nilza Coral, Presidente do Conselho Geral dos Clubes de Mães; Senhora Júlia Dib, Mãe do Vereador João Dib; Senhoras Alda Alves; Maria Ignês Villela; Otília Souza e Maria Conceição Hohlfeldt; Vereador Clóvis Ilgenfritz, 3º Secretário da Casa. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. A Vereadora Letícia Arruda, em nome da Bancada do PDT, declarando ser na maternidade que a mulher se realiza plenamente, analisou o significado de ser mãe na nossa sociedade. O Vereador Clóvis Ilgenfritz, em nome da Bancada do PT, prestou sua homenagem a todas as mães, em especial a sua, fazendo um retrospecto de sua vida e desejando transmitir a todos os presentes a emoção que sentia nesse momento. O Vereador João Dib, em nome das Bancadas do PDS, PL, PSB e PMDB, destacou que esse é um momento em que as palavras parecem não bastar e em que o coração fala melhor, relembrando sua infância e lendo o poema “A Leoa”, de Raimundo Correa. Em continuidade, o Senhor Presidente pronunciou-se acerca da solenidade e concedeu a palavra às Senhoras Judith Dutra, Nilza Coral, Otília Souza, Madalena Roessler e Vera Cordeiro, que agradeceram a homenagem prestada pela Casa e falaram sobre o significado da palavra “mãe” em nossa sociedade. Após, representante do Clube de Mães Amizade procedeu à entrega de flores à Senhora Alda Alves e foi entoado o hino desse Clube pelas associadas do mesmo. A seguir, o Senhor Presidente agradeceu a presença de todos e, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos às dezoito horas e dezenove minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Antonio Hohlfeldt e secretariados pelo Vereador Clóvis Ilgenfritz. Do que eu, Clóvis Ilgenfritz, 3º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1º Secretário.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Antonio Hohlfeldt): Senhoras e senhores presentes, esta é 12ª Sessão Solene da l0ª Legislatura, Requerimento aprovado pelo Plenário da Casa, de autoria do Ver. João Dib, comemorando, hoje, a passagem do Dia das Mães. E, antes de mais nada, queremos agradecer a presença de todas as senhoras nesta Casa. A Mesa é formada por diferentes mães de diferentes setores da comunidade. Esta Mesa formada e evidentemente gostaria de agradecer a presença da Srª Nestorina Camargo Pereira da Silva, que representa a Secretaria Estadual de Recursos Humanos. O Secretário Chaves tem sempre se feito presente nesta Casa, pessoalmente, ou através da sua assessoria. Gostaríamos de estender essa Mesa a todas as Senhoras porque, sem dúvida nenhuma, esta é uma data muito especial para esta Casa. Quebramos a rotina, o ritmo normal, uma parcela das senhoras assistia há pouco o final da nossa Sessão Ordinária da tarde de hoje, em que se discute os problemas da Cidade e que, por vezes, temos entonações fortes, as diferentes perspectivas com que se administra a Cidade de Porto Alegre. Isso me parece importante porque se mostra que nesta Casa se trabalha bastante, ao contrário do que muitas vezes possam falar lá fora. Então, logo terminamos aquela Sessão, mudamos o ritmo e é com o tom muito carinhoso e muito alegre que queremos receber todas as senhoras aqui nesta Casa. Teremos a participação dos Vereadores Letícia Arruda, que falará pela Bancada do PDT, e me permitiria dizer, em nome das mães da Casa, daquelas Vereadoras que por aqui passaram, daquelas que certamente ainda por aqui estarão, sobretudo da própria Vereadora, além da sua própria Bancada e como nossa única representante feminina aqui na Casa, Ver. Clovis Ilgenfritz, pela Bancada do PT, e Ver. João Dib, pelas Bancadas do PDS, PMDB, PCB, PL e PSB. Passamos inicialmente a palavra à Verª Letícia Arruda.

 

A SRA. LETÍCIA ARRUDA: Exmo Sr. Vereador Antonio Hohlfeldt, senhoras mães aqui presentes, de diversos clubes de mães da Cidade de Porto Alegre, mãezinhas, funcionárias, senhoras e senhores. (Lê.)

“É pela maternidade que a mulher realiza integralmente seu destino fisiológico; é a maternidade sua vocação natural, porquanto todo o seu organismo se acha voltado para a perpetuação da espécie”, definiu a célebre Simone de Beauvoir em seu livro ‘O Segundo Sexo’.

A função da maternidade é biopsíquica. A mulher, mesmo que não conceba e desenvolva um filho em seu próprio corpo é psiquicamente mãe. Mas quem é esta a quem chamamos mãe, que sacia a nossa fome, acalenta sonhos, acompanha nossas desventuras, vibra com nossas conquistas e alegrias, chora em silêncio por nossos fracassos? É aquela que desvenda o mistério da vida longe da ciência e das técnicas in vitro de laboratório. Aquela que enternecida recebe nos braços um ser frágil com a responsabilidade de torná-lo um homem forte. É aquela que dispensa nossa gratidão pelo auxílio e renasce em nosso presente o seu tempo futuro. Aquela mulher guerreira que enfrenta preconceitos, regras estabelecidas e rotinas diárias para conquistar um espaço além dos limites de seu lar.

Mãe é a advogada, artista, a mãe assumida, a mãe amada, bibliotecária, balconista, bancária, mãe bonita! Casada, cozinheira, cabeleireira, cirurgia, comerciária, mãe combativa do campo na luta da terra para seus filhos. Mãe divorciada, dentista, mãe experiente, enfermeira, escriturária, mãe ecológica, engenheira. Mãe feliz, firme e funcionária esperando aumento. Generosa, geóloga ou geógrafa.

Mãe heroína! Mãe incipiente, idosa, jornalista, jovem adolescente. Mãe liberada, mãe lavadeira, médica, moderna, nordestina, nutricionista. Mãe operária, mãe professora, psicóloga, mãe pobre. Química, a mãe querida. Mãe presidiária, radialista, a mãe rica, a mãe reprimida, a mãe solteira, a mãe secretária, telefonista, trabalhadora, taquígrafa. A mãe viúva ou mãe vereadora.

E a mãe Universal, Maria. A Mãe que inspirou, no tempo, a busca da perfeição e equilíbrio dos poetas, é a mesma mãe que ao quebrar o encanto da magia, numa verdadeira metamorfose, transforma-se e incorpora-se no cotidiano das mulheres batalhadoras, universais, que lutam por melhores dias para os seus filhos.

Espero que, no dia em que prestamos nossa homenagem às mães, a nossa mãe-pátria acolha com amor seus filhos brasileiros semeando a igualdade, germinando a harmonia, parindo a tão esperada democracia”. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Além dos oradores, queremos registrar, também, a presença do Ver. Airto Ferronato, da Bancada do PMDB e nosso 1º Vice-Presidente.

Concedemos a palavra ao Ver. Clovis Ilgenfritz, que falará em nome da Bancada do PT.

 

O SR. CLOVIS ILGENPRITZ: Sr. Presidente Antonio Hohlfeldt; Sr. Vice-Presidente Airto Ferronato; senhoras mães que nos honram com suas presenças na Mesa.

O Ver. João Dib tem sido o melhor filho entre os Vereadores, porque ele sempre salta na frente e propõe o Dia das Mães,e tem todo nosso apoio. Eu acho que um momento muito importante e me emociono, porque ouvi a Verª Letícia dizer, em poucas palavras, um resumo maravilhoso do que significa a mãe para todos nós e a importância que tem em se homenagear as mães todos os dias. Mas tem um dia no ano em que se concentra esse calor humano para as mães, porque como filhos, nós temos consciência de que as nossas mães nos homenageiam todos os minutos, sempre. Hoje, eu estou com 52 anos e ainda recebo telefonemas da minha mãe que pergunta: “Meu filhinho, como é que estás?” E isso e aquilo, são as coisas mais ternas. São demonstrações de vida e de amor.

Lembro, também, quando eu era estudante, fui um tempo interno num colégio longe de Ijuí, minha Cidade, em Passo Fundo. Esse colégio tinha uma tradição muito bonita: todos os anos, a principal festa era a do Dia das Mães, onde nós, estudantes, com doze, treze, quatorze anos nos preparávamos dias a fio para receber a mãe. E eu, depois, fazendo análise, uma reflexão sobre o que significava aquilo para nós, e eu me lembro do seguinte: primeiro, que a gente ia rever a mãe; segundo, que era importante homenagear a mãe, fazer desenho, teatro, tudo o que era possível; terceiro, que a mãe vinha ver a gente carregada de coisas boas. Nós éramos internos e então vinha o docinho que a mãe, no Dia das Mães, trazia coisas para o filho.

Então eu podia ter pedido para o Ver. Dib, para a Verª Letícia, a outro Vereador falar em nosso nome, mas fiz questão de usar a palavra, em nome da Bancada do PT, o Partido dos Trabalhadores, para homenagear a todas as mães aqui presentes, as mães do mundo inteiro e pedir licença para homenagear a minha mãe. Acho que sou muito emotivo, mas não quero deixar de dizer, que a gente chegar ao ponto que cheguei aqui, usar a tribuna da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, no dia das mães, é algo que me emociona muito, porque vou citar o nome da minha mãe, Dona Odila Ilgenfritz da Silva. E se mais não precisa, quero passar para as mães a emoção que sinto em poder homenageá-las. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Registrando, também, a presença do Ver. Ervino Besson, nós convidamos o Ver. João Dib a ocupar a tribuna falando pelas Bancadas do PDS, PMDB, PCB, PL e PSB.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente Ver. Antonio Hohlfeldt; Exma Srª Judith Dutra, Primeira Dama do Município; minha querida Otília Souza, que não satisfeita ser mãe dos seis próprios filhos adotou uma porção; querida mãe e Vereadora Letícia Arruda; minha querida mãe Dona Julia; mães aqui presentes; Srs. Vereadores.

Tinha feito um discurso escrito, longo, mas depois de ouvir a Verª Letícia Arruda e a comoção do Ver. Clovis Ilgenfritz, eu entendi que não deveria lê-lo, mas algumas coisas serão lidas para que possa desenvolver o raciocínio que pretendo. Nas páginas tantas, dizia: “As palavras não bastam, as expressões são poucas e jamais traduzirão de uma mãe o valor. Assim, deixai o coração falar ao invés das bocas, porque somente o coração sabe falar de amor”. E na primeira página ainda dizia: que o Adão só caiu porque não teve mãe e porque não foi menino. E eu, evidentemente, como todos os meninos, lembro quando tinha cinco anos, morava em Caxias, ao lado do quartel - enquanto ouvia o Clovis me lembrei das coisas da minha infância – morava ao lado do quartel e pensei o quanto vale uma mãe, mas não soube avaliar naquele momento, só depois. O meu pai que eu considerava um homem valente e forte estava doente, ele estava sozinho no quarto e eu ficava perto da porta. E aquele homem que eu achava valente de repente gemia e dizia: mãe, ó mãe! No momento da dificuldade o filho elevava o pensamento à mãe, porque a mãe lhe daria forças.

Também, com cinco anos, lembro a Dona Julia recém chegada neste País, fazendo seu filho subir numa cadeira e pegar seu livro de leituras, aos cinco anos não era comum alguém ler, e a Dona Júlia tinha imenso orgulho porque o seu filho sabia ler. E para todas pessoas que a visitavam ela mandava levantar na cadeira e pegar o livro de leituras onde tinha uma carta manuscrita, que era “carta a uma mãe”. O orgulho da Dona Julia vendo o seu filho de cinco anos é o orgulho que ela hoje tem pelo filho, que já não tem mais cinco anos, tem muitas vezes cinco anos, o Clovis tem 52 anos e eu vou fazer 62 anos. Mas me sinto, como ele disse, menino todas as vezes que me aproximo da minha mãe, porque ela me trata da mesma forma que a mãe do Clovis o tratava. Ela pergunta todos os dias, de manhã cedo, por telefone, como é que eu estou, e ao meio-dia ela me deixa um recado na secretária eletrônica, se não me encontra, dizendo: “Filho, fala comigo, é a tua mãe”. Essa é a mensagem que eu recebo com muita freqüência na secretária eletrônica, porque é difícil me encontrar em casa. Mas assim como a minha mãe, a Dona Júlia, claro que toda as mães são, porque mãe é alguma coisa de sublime, que não importa a função que ela exerça, não importa a atividade que ela tenha, o seu filho é a atividade número um; o seu filho é o objeto número um dos seus pensamentos, das suas preocupações, ela esquece de si mesma, mas não esquece das dificuldades que o filho possa ter.

Eu disse que tinha um discurso escrito e de repente eu decidi não lê-lo, mas algumas coisas, até para que eu possa coordenar os meus pensamentos, eu preciso ler. Eu não sei quem disse isso, mas disse muito bem: “A mulher que com suas virtudes e suas graças cativa o nosso coração e pensamento é a que mais amamos; a mulher a quem nos unimos pelo casamento é a que amamos melhor; a mãe, porém, é a única mulher que amamos para sempre”. É que o amor de mãe é o mais puro e o mais sublime amor de todos os nossos amores, e onde quer que exista um ser organizado e sensível, aí reinará, majestosamente, a idéia de maternidade. E essa idéia da maternidade é uma coisa maravilhosa. Eu estava antes dizendo para Dona Elida: olha, aquele é meu irmão. E a mãe disse: o Senhor disse que aquele é seu irmão, pois aquela é a minha filha. E quando ela disse aquela é a minha filha, toda emoção estava no seu coração, todo o orgulho de ver a sua filha presente numa solenidade. Por isso o nosso carinho, a nossa afeição a todas as mães.

Encerro o meu pronunciamento lendo uma poesia. De repente não conseguimos expressar todo o nosso carinho, todo o nosso respeito e toda a nossa admiração pelas mães. Mas, os poetas são poetas porque sabem dizer o que o coração sente, conseguem expressar o que os corações sentem. É por isso que são poetas. (Lê.)

“A Leoa, Raimundo Correia.

Não há quem a emoção não dobre e vença / lendo o episódio da leoa brava. / Que, sedenta e famélica, bramava, / vagando pelas ruas de Florença. / Foge a população espavorida, / e na cidade deplorável e erma, / topa a leoa, só, quase sem vida, / uma infeliz mulher débil e enferma. / Em frente à fera, um estupor de assombro, / não já por si tremia, ela, a mesquinha, / por porque era mãe, e o peso tinha, / de um filho ao ombro. / O pranto a cegava, o choro a enrouquecia, / o pavor a desvairava... / Entanto, o lindo, / o terno infante, pequenino e louro, / plácido estava nos seus braços rindo. /E o olhar desfeito em pérolas celestes / crava a mãe no animal, que pára e hesita. / Aquele olhar de súplica infinita, / que é só próprio das mães em transes como estes. / Mas, a leoa, como se entendesse / o amor da mãe, incólume deixou-a... / É que esse amor até nas feras vê-se, / É que era mãe talvez essa leoa.” Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Dentre as várias características do Ver. João Dib, que pessoalmente eu admiro, uma delas é gostar de poesias; a outra é distribuir um licor que ele oferece aos amigos, que se chama “Dona Júlia”. Acho que é a melhor maneira que ele sempre encontra de homenagear a sua mãe. Permitir-me-ia de acrescentar ao rol inteligente que a Verª Letícia Arruda compôs na sua homenagem às mães, algumas lembranças: a mãe do juiz, por exemplo, que a gente sempre lembra no final de um jogo de futebol, ou quando disputamos, em acidentes de trânsito, enraivecidos, o espaço das nossas ruas; com seriedade, a prostituta mãe, em todo o seu desafio para a sustentação dos seus filhos; a mãe solteira, em todos os seus preconceitos e desafios também de vencer e de sustentar os seus filhos; a mãe preta, a mãe adotiva e, sobretudo, a imagem da mater dolorosa.

Hoje, eu queria que a minha mãe estivesse aqui, mas exatamente na função de mãe ela está com a sua filha, a minha irmã, que está adoentada e por isso pedi que a minha mulher estivesse aqui, a Conceição. E nesse sentido, sobretudo porque normalmente as esposas, além de esposas se transformam também nas nossas mães, ao menos durante um determinado período. E nesse sentido me parece que o trabalho nesta Casa, hoje, nesta tarde, ele se encerra coroado. Quando me perguntam o critério daquilo que desenvolvo nesta Casa como Vereador e, eventualmente, neste ano como Presidente, eu sempre digo que a minha preocupação é de poder olhar para minha mãe e ter certeza que ela não vai se envergonhar daquilo que esta sendo praticado pelo seu filho enquanto Vereador, enquanto figura pública nesta Cidade. Isto me parece tão bom padrão, é um padrão que eu procuro manter. Para encerrar o ato, não necessariamente a única a falar, mas eu insisti com a nossa Primeira-Dama, a companheira Judite Dutra que se pronunciasse, porque afinal não tem graça se nós terminássemos esta solenidade sem a fala das mães, além da Letícia, evidentemente, a nossa Vereadora. Eu quero abrir a palavra à Dona Judite Dutra, nossa companheira, mas também dizer que a palavra fica aberta a todas as senhoras da Mesa e as demais senhoras, aqui, que queiram se manifestar. Acho que hoje é o dia das senhoras e nada melhor do que ouvi-las, também, nesse momento. Queria registrar a presença do Ver. Vicente Dutra que nos alegra com sua presença aqui.

Concedemos a palavra, agora, à Srª Judith Dutra.

 

A SRA. JUDITH DUTRA: Exmo Sr. Ver. Antonio Hohlfeldt, Presidente deste Legislativo, Srs. Vereadores e mães presentes neste ano. Bem, após ouvir a nossa Verª Letícia Arruda, o nosso Ver. Clovis Ilgenfritz e o nosso Ver. João Dib, eu fico um pouco constrangida de falar e como falou o Antonio Hohlfeldt, que me pediu a palavra, eu estou aqui para conversar um pouco com as senhoras a respeito desta homenagem que estão nos prestando. Eu estou aqui, hoje, como mãe e também representando o nosso Prefeito Olívio Dutra, e peço desculpas por ele não estar presente, e em nome desta Administração Popular, que nós assumimos por quatro anos, eu quero homenageá-las e assim homenageando a mim, também. O Prefeito Olívio infelizmente não pôde estar presente por outros compromissos. Como todos sabem, os funcionários da Prefeitura estão em greve e nós temos esse problema, e outros, que fazem parte da rotina do dia-a-dia de um Prefeito, que o Ver. João Dib muito bem conhece, que é dirigir esta Cidade tão grande e que não é muito fácil. Eu quero agradecer à Câmara de Vereadores, em especial ao Ver. João Dib, que promoveu esta homenagem às mães. Eu acho que tem um alto valor para nós que estamos aqui, em nome das mães de todo o Município de Porto Alegre. Eu queria complementar alguma coisa, porque muita coisa bonita foi dita aqui. Eu queria acrescentar que mãe nós somos o ano todo e gostamos de homenagem durante todo o ano. Eu acho que os filhos em geral estão sempre prestando essas homenagens às suas mães. Eu queria colocar aqui que eu, depois que entrei para a Prefeitura assumindo o Movimento Assistencial, o MAPA, às vezes até esqueço que sou mãe e de repente eu lembro que sou mãe, porque a gente abandona a casa para atender a Cidade. Mas acho que é uma missão muito importante. Os filhos estão criados, o filho está na Alemanha já há três anos, a filha me acompanha, aqui, mas pouco a gente se vê, porque ela tem seus afazeres e eu tenho os meus, que são muitos, e a gente está na luta do dia-a-dia da Cidade.

Eu também queria prestar uma homenagem a minha mãe, que já é falecida. Foi uma bela mãe e me ensinou muita coisa boa na vida. Graças a ela talvez também eu esteja aqui. Queria agradecer por todas as homenagens que estão nos prestando, lembrando da homenagem do ano passado, quando houve um ato festivo muito bonito. Isso tudo fica na recordação da gente. Lembro, também, das homenagens recebidas pelas crianças, porque tenho vinte e cinco anos de sala de aula, que ficam como belas recordações do passado. Mas embora não recebendo homenagens, porque a gente não vive só na ilusão de homenagens, a gente também tem a obrigação, como educadora, de estar sempre prestando um trabalho em termos de educação, seja para a criança mais pobre, seja para a criança mais rica, é essa a nossa missão de mãe. E já que me deram a oportunidade de usar o microfone, queria prestar uma homenagem às mães de um modo geral e principalmente às mães colegas minhas, grevistas do Estado, que há três meses estão em casa, as crianças estão desesperadas e as mães das crianças estão desesperadas. As professoras também devem estar angustiadas. A homenagem, também, às nossas funcionárias municipais que também devem estar com problemas pelo fato de estarem em greve. Finalizando, não sou de muita conversa, queria agradecer a esta Casa, a Câmara de Vereadores, em especial ao Ver. João Dib, Ferronato, Besson, Clovis Ilgenfritz e ao nosso Presidente Antonio Hohlfeldt.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: A palavra está à disposição se alguma componente da Mesa quiser fazer o uso da mesma.

 

A SRA. MADALENA ROESSLER: Sr. Presidente da Mesa, demais componentes, Srs. Vereadores e queridas companheiras que aqui estão. É meio difícil falar, hoje, e quando subia os degraus desta platéia eu já dizia que as pernas tremiam porque a emoção é muito grande em receber esta homenagem. Eu pensava que tinha passado despercebida e como dizia à companheira na sala de espera onde estávamos, ela não é gaúcha, ela é “paranagaúcha”, eu também, eu sou “catagaúcha”. Eu não nasci nesta Cidade e nem neste Estado, mas resido nele há trinta anos e por coincidência estou completando agora, no início de maio, dia 2 de maio, trinta anos que moro em Porto Alegre, e no dia 18 de maio faz vinte e cinco anos que entrei para este movimento maravilhoso. Ver. João Dib, eu nunca tive grandes contatos diretos com o Senhor, trabalhei muito na sua Administração, com a Profª Élida, com a Dona Maria Inês, mas achava que tinha sido despercebido este trabalho. Eu estava viajando e quando cheguei e recebi o convite, fiquei envaidecida com a homenagem, de sentar nestas cadeiras representando as nossas mulheres do Movimento. Movimento este que eu cantei, rezei, divulguei por este Estado, aos quatro cantos do Estado. Mulher simples que eu era, muito jovem quando aqui cheguei e vim deixando toda a minha família; vinha com uma grande tristeza de deixar o meu Estado e os familiares. E o Movimento do Clube de Mães me fez sorrir novamente, me fez enxergar os caminhos que eu achava tão cinzentos e tão escuros da minha vida, eles se tornaram tão alegres e festivos nesses vinte e cinco anos. Eu nas minhas viagens, nas minhas caminhadas, nos meus trabalhos, a mensagem sempre era de amor, de trabalho, de união e de crescimento, porque o nosso movimento leva o nome de “Clube de Mães”, mas acima de tudo nós somos mulheres, cidadãs conscientes da responsabilidade que temos nas nossas comunidades e por isso ajudamos a todos os governantes que estão com os seus mandatos, não levando em consideração os partidos políticos, porque a nossa missão é ajudar como mães, como mulheres e como cidadãs.

Sinto-me muito envaidecida, porque depois de tantas homenagens que recebi em Porto Alegre, neste Rio Grande do Sul, tantos Títulos, eu fui Mãe do Ano de Porto Alegre, fui Associada destaque Rio Grande do Sul, que ainda trago comigo a medalha que tenho muito carinho. E tantas outras homenagem que recebi, e tantos cargos que ocupei, Presidente do CGM, Presidente do Conselho Deliberativo, Vice-Presidente, Coordenadora de Porto Alegre, mas as homenagens eram do movimento, eram das mulheres que me acarinhavam com o seu calor, aquele trabalho que faço com tanto amor e carinho.

Ao receber esta homenagem da Casa do Povo, dos homens que têm sob seus ombros o dever de administrar nossa Cidade de Porto Alegre, que hoje amo tanto, a vaidade é muito grande, o orgulho é muito grande, o orgulho é muito sadio, em estar nesta cadeira recebendo em nome das 18.000 mil mulheres que participam do nosso movimento. Agradeço em nome de todas elas, porque todas elas merecem, todas as que iniciaram comigo merecem, e as que estão ainda iniciando também merecem, pelo trabalho realizado.

Comecei no Clube de Mães Prof. Júlio Grau, lá conseguimos jardim e tantas outras coisas. Por motivos de mudança de bairro, fui para o clube de Mães do Jardim Itati, onde estamos lutando, por quatorze anos. Mas sempre entendo que na comunidade que estou é que devo trabalhar, por isso essas minhas saídas. Hoje, no “Amizade”, com seu uniforme verde e branco, me sinto muito feliz, por estar aqui, hoje, com a maioria das associadas que se deslocaram da Zona Norte para prestar esta homenagem à sua colega. Todos os que estão aqui presentes, Vereadores, é porque gostam desse movimento. Verª Letícia Arruda, trabalhei muito com seu pai nas comunidades. Quero agradecer a todos. A mensagem que eu deixaria a todos os políticos, neste momento tão difícil que atravessamos, onde as críticas são tão violentas e as agressões mais violentas, ainda, quero pedir ao Pai uma energia muito grande para os Srs. Administradores, os Srs. Políticos que como nós, que não fazemos greve, durante vinte e cinco anos nunca faltei a um Congresso, a um Seminário, a uma reunião, a uma festividade. Graças a Deus tive saúde e sempre estive presente.

Então, quero fazer este pedido ao Pai, para que os ilumine e dê muita energia para que os senhores tenham a capacidade da calma e da tranqüilidade para poder administrar a nossa Porto Alegre, o nosso Estado, o nosso País. É uma mãe que pede neste momento ao Pai: que dê muita energia aos Senhores. O agradecimento desta simples mulher, que não tem nenhum título de faculdade, mas um título de mãe, mulher dos clubes de mães. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra a Srª Otília Souza.

 

A SRA. OTÍLIA SOUZA: Gostaria de destacar aqui, em primeiro lugar, o meu carinho especial pelo Ver. João Dib. Olha, Dona Júlia, a senhora deve ter um orgulho muito grande deste filho, é um guri bom, barbaridade!

Gostaria, também, sei que todas nós aqui, de uma forma ou de outra, temos um caminho em comum, que é o de doação, acho que é o principal atributo da mãe, ela se doa, permanentemente, 24 horas por dia. Costumo dizer, baseada no exemplo da minha mãe que não está mais aqui, faleceu muito jovem, que a mãe, o dia da mãe não tem 24 horas, o dia da mãe tem tantas horas quantas forem necessárias para atender os seus filhos.

Mas mãe não é só aquela que gera, que adota, é uma pessoa, e temos uma representante aqui, muito boa, daquela mãe que se dedica aos filhos que as mães não puderam ou não quiseram criar, porque são excepcionais, porque trazem problemas, e neste momento gostaria, peguei o microfone neste momento para chamar, que pelo menos ela fique em pé, Élida Messias Ferreira, do Lar Santo Antônio dos Excepcionais. (Palmas.)

Nas palmas para Élida, estão junto as palmas e o carinho do meu espírito e da minha amizade por ti, querida. Muito obrigada, “mãezona”! E obrigada a todos vocês. E que a Mamãe do Céu sempre, em todos os momentos, em todas as horas que necessitarmos como mãe esteja ao nosso lado, ela sempre está. Mas que possamos perceber essa presença. Muito obrigada e feliz Dias das Mães para todas as mães. Eu ainda vou propor um Dia dos Pais para homenagear o Ver. João Dib. Obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

O SR. PRESIDENTE: Registramos a presença do Ver. Luiz Braz. Mantemos a palavra à disposição.

 

A SRA. NILZA DE LIMA: Sr. Antonio Hohlfeldt, Presidente da Casa; Srª Judith; companheiras de Mesa. Quando li o convite disse: eu vou até lá representando as nossas mulheres. São 18 mil neste Estado. Hoje, quando eu saí de lá disse: não vou falar, vou agradecer ao Ver. João Dib por esta homenagem. Agora, aqui na Mesa, me sinto tão à vontade que eu vou pedir licença me aliar ao Senhor nesta homenagem. No momento em que o Senhor trouxe a sua mãe, e eu me perguntava quem será aquela Senhora? É uma coisa tão meiga, que não é de estranhar que a Verª Letícia Arruda tenha embargado a voz, como o Clovis Ilgenfritz ao falar, também. Por quê? Será que mãe é uma coisa triste que as pessoas choram? Elas se emocionam por quê? Eu sou mãe, não devia estar dizendo isso, mas eu acho que nós temos uma missão, a missão de tentar formar e encaminhar aqueles que estão sob a nossa guarda para um caminho bom, mais reto, mais liso. Muitas vezes isso foge do nosso controle. Mãe tem que deixar sempre uma porta aberta para aquele filho voltar. Não interessa se ela o pariu ou não.Todos somos filhos e todos nós sempre na hora em que precisamos encontramos uma mãe, seja ela a que nos gerou ou não. Sempre encontramos alguém que toque em nossa cabeça, que faça um afago, que diga “está tudo ok, vamos de novo”. Então, Ver. João Dib e demais amigos que sempre encontramos nesta Casa, quero agradecer em nome das nossas 18.000 mulheres essa oportunidade, esta homenagem que tocou muito, muito, em todas nós. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. VERA CORDEIRO: Não vou falar da mãe de casa, da nossa mãe, de mim, como mãe. Isso é uma coisa que não dá para falar. Quero falar da mãe do clube de mães. Graças a Deus que na nossa vida aconteceram os clubes de mães, porque hoje não precisamos apenas usar o avental sujo de ovo, mas podemos sair para as ruas e batalhar como mulheres. Essa homenagem Dr. Dib, para mim é algo muito importante, porque foi homenageada uma pessoa do meu clube, da qual até não posso falar, porque não sai...

Agradeço aos Srs. Vereadores e ao Sr. Presidente desta Casa. Eu gostaria que nós fizéssemos a homenagem a todos vocês. A nossa Mãe do Ano entregará à Alda, que é a nossa associada, um cesto de flores que era o nosso desejo dar a todas, e eu pediria a todas as nossas associadas que levantassem e cantassem o nosso hino.

 

(As Senhoras cantam o hino da sua Escola.)

 

O SR. PRESIDENTE: Portanto, com o hino cantado pelas senhoras do Clube de Mães Amizade, nós estamos encerrando os trabalhos desta Sessão Solene, proposta pelo Ver. João Dib.

 

(Levanta-se a Sessão às 18h19min.)

 

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